segunda-feira, 29 de setembro de 2014

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Cartas de Amor aos Mortos - Eva Dellaira
Editora: Seguinte
ISBN: 9788565765411
Ano: 2014
Páginas: 344
Classificação: 
Página do livro no Skoob / Compre!
Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky.

Há semanas venho remoendo cada sensação que esse livro despertou em mim. Todas as vezes em que tentei resenhá-lo, fracassei. Não sabia o que comentar primeiro, como se ainda houvesse algo a ser digerido por mim. A obra de Ava Dellaira até poderia ser mais do mesmo que estamos acostumados a ler. Mas não é. É maravilhoso. Imperfeito e brilhante.

Laurel é uma personagem insegura que cresce na narrativa e nos conquista pela fragilidade. Pela força e o modo como enxerga a vida. Pela coragem e medo. Laurel está em uma nova escola, com novos amigos, vivendo uma nova vida. Uma vida sem a irmã May. A pessoa que mais amava e ama no mundo. O ano letivo se inicia com um trabalho de inglês. Laurel deve escrever uma carta para alguém morto e entregá-la a professora - que realmente acredita que isso possa ajudar a garota a superar a situação trágica.

Todo o livro é narrado através de cartas, e esse é só um dos detalhes que fazem da obra algo lindo de se acompanhar. Mas Laurel não escreve para May, ela escreve sobre May. Uma extensão de si. Laurel não escreve para a irmã, que morreu em circunstâncias que são um mistério para o leitor até metade do livro. Laurel escreve para os ídolos que a inspiram, que morreram jovens e em circunstâncias variadas. Que fizeram parte de sua infância com May. Ela escreve para Kurt Cobain, do Nirvana, para Judy Garland, atriz de filmes musicais de Hollywood (lembram de O Mágico de Oz?), a poetisa Elizabeth Bishop, a rainha do rock 'n' roll Janis Joplin, a cantora soul Amy Winehouse, entre outros saudosos artistas.


É estupidamente bonito como a autora nos apresenta o relacionamento de Laurel e May através dessas cartas. É tocante acompanhar a forma como elas se entendiam, se protegiam e se amavam. Elas dividiam uma vida secreta, mágica. As cartas não são endereçadas a todos esses ícones apenas por eles estarem mortos, os questionamentos e dúvidas de Laurel à respeito da vida se relacionam intimamente com o histórico de cada um. A autora faz uma ligação. Uma ligação que conversa com o leitor. Ao mesmo tempo em que conhecemos detalhes sobre como foram as trajetórias de erros e acertos de Amy, Kurt e Janis, vivemos com Laurel seu passado e presente. Ava Dellaira faz especulações, reflexões, levanta dúvidas e interpreta situações e sentimentos. É tudo tão bem construído que as vezes, ao terminar o capítulo e Laurel se despedir, eu me via surpreso ao me dar conta de que tudo aquilo era uma carta. Uma carta tão cheia de dores, dúvidas e esperança que eu não entendia muito bem como era possível caber ali, no papel.

Os personagens da trama são outro ponto forte. Como Laurel se mudou de escola para evitar a piedade das pessoas, ela fez questão de não contar a ninguém sobre May. Sobre o passado e a noite em que ela morreu. Os novos amigos de Laurel não a conhecem por completo, pra ser sincero vamos perceber que ninguém se conhece de verdade.
Natalie e Hannah são melhores amigas que se amam. Elas rendem tantas emoções e momentos de tensão que as considero tão protagonistas quanto Laurel. A descoberta sexual das duas é linda. Aliás muito mais que sexual, elas se descobrem juntas, quem realmente são quando estão juntas. E como não poderia faltar um romance para guiar Laurel e a estória, temos o inacessível e discreto Sky. Não vão faltar momentos estranhos e segredos obscuros. Quem disse que os problemas adolescentes são bobos? Juntos eles vão sentir o mundo. Abraçá-lo. E vão se sentir bem com isso. Ou não. Talvez demore e não seja fácil. Nunca é.

A família de Laurel está despedaçada - e não estou falando apenas no sentido emocional -, no sentido físico-geográfico também. A mãe de nossa protagonista saiu de casa afirmando precisar de um espaço. De um tempo só para ela. Longe da mãe, Laurel divide seu tempo entre a casa do pai e da tia. A culpa e a raiva andam de mãos dadas, é de longe um dos aspectos mais densos do livro. Não há distância que amenize a dor do abandono.

Não existe perfeição, essa é de forma gritante uma das mensagens mais fortes do livro. Até o mais lindo, talentoso e promissor astro do rock pode desabar a qualquer momento. Muitos deles desabaram. Se apagaram e foram brilhar em outros céus. Será que não foram fortes o bastante? Ou pelo contrário, foram fortes demais? De quanta força precisamos? Se mede? Se julga? A beleza repousa no fato de ter existido. De existir. Estar aqui e atribuir valor. Desistir e persistir. Cartas de Amor aos Mortos é o tipo de livro para ser relido incontáveis vezes.
"As histórias mudam conforme crescemos. Às vezes elas fazem mais sentido. Eu queria escrever uma nova história, em que Hannah fica só com Natalie, May volta pra casa e eu nunca tento ser como ela, mas fiz tudo errado." Trecho da página 223.
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Cartas de Amor aos Mortos - Eva Dellaira
Editora: Seguinte
ISBN: 9788565765411
Ano: 2014
Páginas: 344
Classificação: 
Página do livro no Skoob / Compre!
Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky.

Há semanas venho remoendo cada sensação que esse livro despertou em mim. Todas as vezes em que tentei resenhá-lo, fracassei. Não sabia o que comentar primeiro, como se ainda houvesse algo a ser digerido por mim. A obra de Ava Dellaira até poderia ser mais do mesmo que estamos acostumados a ler. Mas não é. É maravilhoso. Imperfeito e brilhante.

Laurel é uma personagem insegura que cresce na narrativa e nos conquista pela fragilidade. Pela força e o modo como enxerga a vida. Pela coragem e medo. Laurel está em uma nova escola, com novos amigos, vivendo uma nova vida. Uma vida sem a irmã May. A pessoa que mais amava e ama no mundo. O ano letivo se inicia com um trabalho de inglês. Laurel deve escrever uma carta para alguém morto e entregá-la a professora - que realmente acredita que isso possa ajudar a garota a superar a situação trágica.

Todo o livro é narrado através de cartas, e esse é só um dos detalhes que fazem da obra algo lindo de se acompanhar. Mas Laurel não escreve para May, ela escreve sobre May. Uma extensão de si. Laurel não escreve para a irmã, que morreu em circunstâncias que são um mistério para o leitor até metade do livro. Laurel escreve para os ídolos que a inspiram, que morreram jovens e em circunstâncias variadas. Que fizeram parte de sua infância com May. Ela escreve para Kurt Cobain, do Nirvana, para Judy Garland, atriz de filmes musicais de Hollywood (lembram de O Mágico de Oz?), a poetisa Elizabeth Bishop, a rainha do rock 'n' roll Janis Joplin, a cantora soul Amy Winehouse, entre outros saudosos artistas.


É estupidamente bonito como a autora nos apresenta o relacionamento de Laurel e May através dessas cartas. É tocante acompanhar a forma como elas se entendiam, se protegiam e se amavam. Elas dividiam uma vida secreta, mágica. As cartas não são endereçadas a todos esses ícones apenas por eles estarem mortos, os questionamentos e dúvidas de Laurel à respeito da vida se relacionam intimamente com o histórico de cada um. A autora faz uma ligação. Uma ligação que conversa com o leitor. Ao mesmo tempo em que conhecemos detalhes sobre como foram as trajetórias de erros e acertos de Amy, Kurt e Janis, vivemos com Laurel seu passado e presente. Ava Dellaira faz especulações, reflexões, levanta dúvidas e interpreta situações e sentimentos. É tudo tão bem construído que as vezes, ao terminar o capítulo e Laurel se despedir, eu me via surpreso ao me dar conta de que tudo aquilo era uma carta. Uma carta tão cheia de dores, dúvidas e esperança que eu não entendia muito bem como era possível caber ali, no papel.

Os personagens da trama são outro ponto forte. Como Laurel se mudou de escola para evitar a piedade das pessoas, ela fez questão de não contar a ninguém sobre May. Sobre o passado e a noite em que ela morreu. Os novos amigos de Laurel não a conhecem por completo, pra ser sincero vamos perceber que ninguém se conhece de verdade.
Natalie e Hannah são melhores amigas que se amam. Elas rendem tantas emoções e momentos de tensão que as considero tão protagonistas quanto Laurel. A descoberta sexual das duas é linda. Aliás muito mais que sexual, elas se descobrem juntas, quem realmente são quando estão juntas. E como não poderia faltar um romance para guiar Laurel e a estória, temos o inacessível e discreto Sky. Não vão faltar momentos estranhos e segredos obscuros. Quem disse que os problemas adolescentes são bobos? Juntos eles vão sentir o mundo. Abraçá-lo. E vão se sentir bem com isso. Ou não. Talvez demore e não seja fácil. Nunca é.

A família de Laurel está despedaçada - e não estou falando apenas no sentido emocional -, no sentido físico-geográfico também. A mãe de nossa protagonista saiu de casa afirmando precisar de um espaço. De um tempo só para ela. Longe da mãe, Laurel divide seu tempo entre a casa do pai e da tia. A culpa e a raiva andam de mãos dadas, é de longe um dos aspectos mais densos do livro. Não há distância que amenize a dor do abandono.

Não existe perfeição, essa é de forma gritante uma das mensagens mais fortes do livro. Até o mais lindo, talentoso e promissor astro do rock pode desabar a qualquer momento. Muitos deles desabaram. Se apagaram e foram brilhar em outros céus. Será que não foram fortes o bastante? Ou pelo contrário, foram fortes demais? De quanta força precisamos? Se mede? Se julga? A beleza repousa no fato de ter existido. De existir. Estar aqui e atribuir valor. Desistir e persistir. Cartas de Amor aos Mortos é o tipo de livro para ser relido incontáveis vezes.
"As histórias mudam conforme crescemos. Às vezes elas fazem mais sentido. Eu queria escrever uma nova história, em que Hannah fica só com Natalie, May volta pra casa e eu nunca tento ser como ela, mas fiz tudo errado." Trecho da página 223.
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Cartas de Amor aos Mortos - Eva Dellaira
Editora: Seguinte
ISBN: 9788565765411
Ano: 2014
Páginas: 344
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Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky.

Há semanas venho remoendo cada sensação que esse livro despertou em mim. Todas as vezes em que tentei resenhá-lo, fracassei. Não sabia o que comentar primeiro, como se ainda houvesse algo a ser digerido por mim. A obra de Ava Dellaira até poderia ser mais do mesmo que estamos acostumados a ler. Mas não é. É maravilhoso. Imperfeito e brilhante.

Laurel é uma personagem insegura que cresce na narrativa e nos conquista pela fragilidade. Pela força e o modo como enxerga a vida. Pela coragem e medo. Laurel está em uma nova escola, com novos amigos, vivendo uma nova vida. Uma vida sem a irmã May. A pessoa que mais amava e ama no mundo. O ano letivo se inicia com um trabalho de inglês. Laurel deve escrever uma carta para alguém morto e entregá-la a professora - que realmente acredita que isso possa ajudar a garota a superar a situação trágica.

Todo o livro é narrado através de cartas, e esse é só um dos detalhes que fazem da obra algo lindo de se acompanhar. Mas Laurel não escreve para May, ela escreve sobre May. Uma extensão de si. Laurel não escreve para a irmã, que morreu em circunstâncias que são um mistério para o leitor até metade do livro. Laurel escreve para os ídolos que a inspiram, que morreram jovens e em circunstâncias variadas. Que fizeram parte de sua infância com May. Ela escreve para Kurt Cobain, do Nirvana, para Judy Garland, atriz de filmes musicais de Hollywood (lembram de O Mágico de Oz?), a poetisa Elizabeth Bishop, a rainha do rock 'n' roll Janis Joplin, a cantora soul Amy Winehouse, entre outros saudosos artistas.


É estupidamente bonito como a autora nos apresenta o relacionamento de Laurel e May através dessas cartas. É tocante acompanhar a forma como elas se entendiam, se protegiam e se amavam. Elas dividiam uma vida secreta, mágica. As cartas não são endereçadas a todos esses ícones apenas por eles estarem mortos, os questionamentos e dúvidas de Laurel à respeito da vida se relacionam intimamente com o histórico de cada um. A autora faz uma ligação. Uma ligação que conversa com o leitor. Ao mesmo tempo em que conhecemos detalhes sobre como foram as trajetórias de erros e acertos de Amy, Kurt e Janis, vivemos com Laurel seu passado e presente. Ava Dellaira faz especulações, reflexões, levanta dúvidas e interpreta situações e sentimentos. É tudo tão bem construído que as vezes, ao terminar o capítulo e Laurel se despedir, eu me via surpreso ao me dar conta de que tudo aquilo era uma carta. Uma carta tão cheia de dores, dúvidas e esperança que eu não entendia muito bem como era possível caber ali, no papel.

Os personagens da trama são outro ponto forte. Como Laurel se mudou de escola para evitar a piedade das pessoas, ela fez questão de não contar a ninguém sobre May. Sobre o passado e a noite em que ela morreu. Os novos amigos de Laurel não a conhecem por completo, pra ser sincero vamos perceber que ninguém se conhece de verdade.
Natalie e Hannah são melhores amigas que se amam. Elas rendem tantas emoções e momentos de tensão que as considero tão protagonistas quanto Laurel. A descoberta sexual das duas é linda. Aliás muito mais que sexual, elas se descobrem juntas, quem realmente são quando estão juntas. E como não poderia faltar um romance para guiar Laurel e a estória, temos o inacessível e discreto Sky. Não vão faltar momentos estranhos e segredos obscuros. Quem disse que os problemas adolescentes são bobos? Juntos eles vão sentir o mundo. Abraçá-lo. E vão se sentir bem com isso. Ou não. Talvez demore e não seja fácil. Nunca é.

A família de Laurel está despedaçada - e não estou falando apenas no sentido emocional -, no sentido físico-geográfico também. A mãe de nossa protagonista saiu de casa afirmando precisar de um espaço. De um tempo só para ela. Longe da mãe, Laurel divide seu tempo entre a casa do pai e da tia. A culpa e a raiva andam de mãos dadas, é de longe um dos aspectos mais densos do livro. Não há distância que amenize a dor do abandono.

Não existe perfeição, essa é de forma gritante uma das mensagens mais fortes do livro. Até o mais lindo, talentoso e promissor astro do rock pode desabar a qualquer momento. Muitos deles desabaram. Se apagaram e foram brilhar em outros céus. Será que não foram fortes o bastante? Ou pelo contrário, foram fortes demais? De quanta força precisamos? Se mede? Se julga? A beleza repousa no fato de ter existido. De existir. Estar aqui e atribuir valor. Desistir e persistir. Cartas de Amor aos Mortos é o tipo de livro para ser relido incontáveis vezes.
"As histórias mudam conforme crescemos. Às vezes elas fazem mais sentido. Eu queria escrever uma nova história, em que Hannah fica só com Natalie, May volta pra casa e eu nunca tento ser como ela, mas fiz tudo errado." Trecho da página 223.
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Cartas de Amor aos Mortos - Eva Dellaira
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ISBN: 9788565765411
Ano: 2014
Páginas: 344
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Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky.

Há semanas venho remoendo cada sensação que esse livro despertou em mim. Todas as vezes em que tentei resenhá-lo, fracassei. Não sabia o que comentar primeiro, como se ainda houvesse algo a ser digerido por mim. A obra de Ava Dellaira até poderia ser mais do mesmo que estamos acostumados a ler. Mas não é. É maravilhoso. Imperfeito e brilhante.

Laurel é uma personagem insegura que cresce na narrativa e nos conquista pela fragilidade. Pela força e o modo como enxerga a vida. Pela coragem e medo. Laurel está em uma nova escola, com novos amigos, vivendo uma nova vida. Uma vida sem a irmã May. A pessoa que mais amava e ama no mundo. O ano letivo se inicia com um trabalho de inglês. Laurel deve escrever uma carta para alguém morto e entregá-la a professora - que realmente acredita que isso possa ajudar a garota a superar a situação trágica.

Todo o livro é narrado através de cartas, e esse é só um dos detalhes que fazem da obra algo lindo de se acompanhar. Mas Laurel não escreve para May, ela escreve sobre May. Uma extensão de si. Laurel não escreve para a irmã, que morreu em circunstâncias que são um mistério para o leitor até metade do livro. Laurel escreve para os ídolos que a inspiram, que morreram jovens e em circunstâncias variadas. Que fizeram parte de sua infância com May. Ela escreve para Kurt Cobain, do Nirvana, para Judy Garland, atriz de filmes musicais de Hollywood (lembram de O Mágico de Oz?), a poetisa Elizabeth Bishop, a rainha do rock 'n' roll Janis Joplin, a cantora soul Amy Winehouse, entre outros saudosos artistas.


É estupidamente bonito como a autora nos apresenta o relacionamento de Laurel e May através dessas cartas. É tocante acompanhar a forma como elas se entendiam, se protegiam e se amavam. Elas dividiam uma vida secreta, mágica. As cartas não são endereçadas a todos esses ícones apenas por eles estarem mortos, os questionamentos e dúvidas de Laurel à respeito da vida se relacionam intimamente com o histórico de cada um. A autora faz uma ligação. Uma ligação que conversa com o leitor. Ao mesmo tempo em que conhecemos detalhes sobre como foram as trajetórias de erros e acertos de Amy, Kurt e Janis, vivemos com Laurel seu passado e presente. Ava Dellaira faz especulações, reflexões, levanta dúvidas e interpreta situações e sentimentos. É tudo tão bem construído que as vezes, ao terminar o capítulo e Laurel se despedir, eu me via surpreso ao me dar conta de que tudo aquilo era uma carta. Uma carta tão cheia de dores, dúvidas e esperança que eu não entendia muito bem como era possível caber ali, no papel.

Os personagens da trama são outro ponto forte. Como Laurel se mudou de escola para evitar a piedade das pessoas, ela fez questão de não contar a ninguém sobre May. Sobre o passado e a noite em que ela morreu. Os novos amigos de Laurel não a conhecem por completo, pra ser sincero vamos perceber que ninguém se conhece de verdade.
Natalie e Hannah são melhores amigas que se amam. Elas rendem tantas emoções e momentos de tensão que as considero tão protagonistas quanto Laurel. A descoberta sexual das duas é linda. Aliás muito mais que sexual, elas se descobrem juntas, quem realmente são quando estão juntas. E como não poderia faltar um romance para guiar Laurel e a estória, temos o inacessível e discreto Sky. Não vão faltar momentos estranhos e segredos obscuros. Quem disse que os problemas adolescentes são bobos? Juntos eles vão sentir o mundo. Abraçá-lo. E vão se sentir bem com isso. Ou não. Talvez demore e não seja fácil. Nunca é.

A família de Laurel está despedaçada - e não estou falando apenas no sentido emocional -, no sentido físico-geográfico também. A mãe de nossa protagonista saiu de casa afirmando precisar de um espaço. De um tempo só para ela. Longe da mãe, Laurel divide seu tempo entre a casa do pai e da tia. A culpa e a raiva andam de mãos dadas, é de longe um dos aspectos mais densos do livro. Não há distância que amenize a dor do abandono.

Não existe perfeição, essa é de forma gritante uma das mensagens mais fortes do livro. Até o mais lindo, talentoso e promissor astro do rock pode desabar a qualquer momento. Muitos deles desabaram. Se apagaram e foram brilhar em outros céus. Será que não foram fortes o bastante? Ou pelo contrário, foram fortes demais? De quanta força precisamos? Se mede? Se julga? A beleza repousa no fato de ter existido. De existir. Estar aqui e atribuir valor. Desistir e persistir. Cartas de Amor aos Mortos é o tipo de livro para ser relido incontáveis vezes.
"As histórias mudam conforme crescemos. Às vezes elas fazem mais sentido. Eu queria escrever uma nova história, em que Hannah fica só com Natalie, May volta pra casa e eu nunca tento ser como ela, mas fiz tudo errado." Trecho da página 223.
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Cartas de Amor aos Mortos - Eva Dellaira

Editora: Seguinte

ISBN: 9788565765411

Ano: 2014

Páginas: 344

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Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky.


Há semanas venho remoendo cada sensação que esse livro despertou em mim. Todas as vezes em que tentei resenhá-lo, fracassei. Não sabia o que comentar primeiro, como se ainda houvesse algo a ser digerido por mim. A obra de Ava Dellaira até poderia ser mais do mesmo que estamos acostumados a ler. Mas não é. É maravilhoso. Imperfeito e brilhante.


Laurel é uma personagem insegura que cresce na narrativa e nos conquista pela fragilidade. Pela força e o modo como enxerga a vida. Pela coragem e medo. Laurel está em uma nova escola, com novos amigos, vivendo uma nova vida. Uma vida sem a irmã May. A pessoa que mais amava e ama no mundo. O ano letivo se inicia com um trabalho de inglês. Laurel deve escrever uma carta para alguém morto e entregá-la a professora - que realmente acredita que isso possa ajudar a garota a superar a situação trágica.

Todo o livro é narrado através de cartas, e esse é só um dos detalhes que fazem da obra algo lindo de se acompanhar. Mas Laurel não escreve para May, ela escreve sobre May. Uma extensão de si. Laurel não escreve para a irmã, que morreu em circunstâncias que são um mistério para o leitor até metade do livro. Laurel escreve para os ídolos que a inspiram, que morreram jovens e em circunstâncias variadas. Que fizeram parte de sua infância com May. Ela escreve para Kurt Cobain, do Nirvana, para Judy Garland, atriz de filmes musicais de Hollywood (lembram de O Mágico de Oz?), a poetisa Elizabeth Bishop, a rainha do rock 'n' roll Janis Joplin, a cantora soul Amy Winehouse, entre outros saudosos artistas.


É estupidamente bonito como a autora nos apresenta o relacionamento de Laurel e May através dessas cartas. É tocante acompanhar a forma como elas se entendiam, se protegiam e se amavam. Elas dividiam uma vida secreta, mágica. As cartas não são endereçadas a todos esses ícones apenas por eles estarem mortos, os questionamentos e dúvidas de Laurel à respeito da vida se relacionam intimamente com o histórico de cada um. A autora faz uma ligação. Uma ligação que conversa com o leitor. Ao mesmo tempo em que conhecemos detalhes sobre como foram as trajetórias de erros e acertos de Amy, Kurt e Janis, vivemos com Laurel seu passado e presente. Ava Dellaira faz especulações, reflexões, levanta dúvidas e interpreta situações e sentimentos. É tudo tão bem construído que as vezes, ao terminar o capítulo e Laurel se despedir, eu me via surpreso ao me dar conta de que tudo aquilo era uma carta. Uma carta tão cheia de dores, dúvidas e esperança que eu não entendia muito bem como era possível caber ali, no papel.


Os personagens da trama são outro ponto forte. Como Laurel se mudou de escola para evitar a piedade das pessoas, ela fez questão de não contar a ninguém sobre May. Sobre o passado e a noite em que ela morreu. Os novos amigos de Laurel não a conhecem por completo, pra ser sincero vamos perceber que ninguém se conhece de verdade.


Natalie e Hannah são melhores amigas que se amam. Elas rendem tantas emoções e momentos de tensão que as considero tão protagonistas quanto Laurel. A descoberta sexual das duas é linda. Aliás muito mais que sexual, elas se descobrem juntas, quem realmente são quando estão juntas. E como não poderia faltar um romance para guiar Laurel e a estória, temos o inacessível e discreto Sky. Não vão faltar momentos estranhos e segredos obscuros. Quem disse que os problemas adolescentes são bobos? Juntos eles vão sentir o mundo. Abraçá-lo. E vão se sentir bem com isso. Ou não. Talvez demore e não seja fácil. Nunca é.

A família de Laurel está despedaçada - e não estou falando apenas no sentido emocional -, no sentido físico-geográfico também. A mãe de nossa protagonista saiu de casa afirmando precisar de um espaço. De um tempo só para ela. Longe da mãe, Laurel divide seu tempo entre a casa do pai e da tia. A culpa e a raiva andam de mãos dadas, é de longe um dos aspectos mais densos do livro. Não há distância que amenize a dor do abandono.

Não existe perfeição, essa é de forma gritante uma das mensagens mais fortes do livro. Até o mais lindo, talentoso e promissor astro do rock pode desabar a qualquer momento. Muitos deles desabaram. Se apagaram e foram brilhar em outros céus. Será que não foram fortes o bastante? Ou pelo contrário, foram fortes demais? De quanta força precisamos? Se mede? Se julga? A beleza repousa no fato de ter existido. De existir. Estar aqui e atribuir valor. Desistir e persistir. Cartas de Amor aos Mortos é o tipo de livro para ser relido incontáveis vezes.
"As histórias mudam conforme crescemos. Às vezes elas fazem mais sentido. Eu queria escrever uma nova história, em que Hannah fica só com Natalie, May volta pra casa e eu nunca tento ser como ela, mas fiz tudo errado." Trecho da página 223.
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No céu azul, nuvens brancas, o Sol, um elefante… Um elefante? E tem mais! Uma bola de futebol!
Conheça Aldebaran, um garoto calmo que adora ficar observando as formas das nuvens. Mas eis que começa a ver algo além das formas, algo além de seu presente, e de tanto olhar para o céu acaba encontrando o que sempre procurou.




E você, já deu uma olhada no céu hoje?

Sobre o Ilustrador:

Gonzalo Cárcamo nasceu na cidade de Los Angeles, no sul do Chile.
Chegou ao Brasil em 1976. Já fez caricaturas e ilustrações para vários jornais, revistas e livros no Brasil, na Espanha e no Chile. Conquistou alguns prêmios como caricaturista e ilustrador. Tem verdadeira paixão por escrever, pintar aquarela e ilustrar livros para crianças. É também autor e ilustrador de algumas histórias publicadas como: Modelo vivo, natureza morta, Lorotas da Cobra Gabi, A Fantasia do Urubu Beleza, Gelo nos trópicos e Thapa Kunturi.

Sobre o Autor:

Ricardo Viveiros nasceu no Rio de Janeiro em 1950, mora em São Paulo desde 1976. Foi um menino feliz que brincava na rua, andava de bicicleta, jogava bola, subia em árvores, ouvia música, namorava e não perdia uma aula, porque aprender tudo sobre a vida era seu objetivo maior! Só havia uma coisa que ele gostava ainda mais do que ir à escola: histórias lidas nos livros ou ouvidas dos mais velhos. Por isso, talvez, Ricardo tenha escolhido ser jornalista e escritor. Embora, também, tenha sido ator, professor, diretor de museu, palestrante e produtor artístico. Trabalhou em jornais, revistas, rádios e TVs, conquistou importantes prêmios nacionais e internacionais, escreveu 23 livros para adultos, sendo cinco de poesia. Durante toda a sua vida sempre participou de movimentos educacionais, culturais, por direitos humanos e de responsabilidade social, muitos deles voltados à infância e adolescência. Sempre inventa e conta histórias para os seus filhos, netos e os amiguinhos.

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domingo, 28 de setembro de 2014

O Menino que lia Nuvens

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No céu azul, nuvens brancas, o Sol, um elefante… Um elefante? E tem mais! Uma bola de futebol!
Conheça Aldebaran, um garoto calmo que adora ficar observando as formas das nuvens. Mas eis que começa a ver algo além das formas, algo além de seu presente, e de tanto olhar para o céu acaba encontrando o que sempre procurou.


E você, já deu uma olhada no céu hoje?

Sobre o Ilustrador:

Gonzalo Cárcamo nasceu na cidade de Los Angeles, no sul do Chile.
Chegou ao Brasil em 1976. Já fez caricaturas e ilustrações para vários jornais, revistas e livros no Brasil, na Espanha e no Chile. Conquistou alguns prêmios como caricaturista e ilustrador. Tem verdadeira paixão por escrever, pintar aquarela e ilustrar livros para crianças. É também autor e ilustrador de algumas histórias publicadas como: Modelo vivo, natureza morta, Lorotas da Cobra Gabi, A Fantasia do Urubu Beleza, Gelo nos trópicos e Thapa Kunturi.

Sobre o Autor:

Ricardo Viveiros nasceu no Rio de Janeiro em 1950, mora em São Paulo desde 1976. Foi um menino feliz que brincava na rua, andava de bicicleta, jogava bola, subia em árvores, ouvia música, namorava e não perdia uma aula, porque aprender tudo sobre a vida era seu objetivo maior! Só havia uma coisa que ele gostava ainda mais do que ir à escola: histórias lidas nos livros ou ouvidas dos mais velhos. Por isso, talvez, Ricardo tenha escolhido ser jornalista e escritor. Embora, também, tenha sido ator, professor, diretor de museu, palestrante e produtor artístico. Trabalhou em jornais, revistas, rádios e TVs, conquistou importantes prêmios nacionais e internacionais, escreveu 23 livros para adultos, sendo cinco de poesia. Durante toda a sua vida sempre participou de movimentos educacionais, culturais, por direitos humanos e de responsabilidade social, muitos deles voltados à infância e adolescência. Sempre inventa e conta histórias para os seus filhos, netos e os amiguinhos.


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Resenha: Carta de Amor aos Mortos

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Cartas de Amor aos Mortos - Eva Dellaira
Editora: Seguinte
ISBN: 9788565765411
Ano: 2014
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Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky.

Há semanas venho remoendo cada sensação que esse livro despertou em mim. Todas as vezes em que tentei resenhá-lo, fracassei. Não sabia o que comentar primeiro, como se ainda houvesse algo a ser digerido por mim. A obra de Ava Dellaira até poderia ser mais do mesmo que estamos acostumados a ler. Mas não é. É maravilhoso. Imperfeito e brilhante.

Laurel é uma personagem insegura que cresce na narrativa e nos conquista pela fragilidade. Pela força e o modo como enxerga a vida. Pela coragem e medo. Laurel está em uma nova escola, com novos amigos, vivendo uma nova vida. Uma vida sem a irmã May. A pessoa que mais amava e ama no mundo. O ano letivo se inicia com um trabalho de inglês. Laurel deve escrever uma carta para alguém morto e entregá-la a professora - que realmente acredita que isso possa ajudar a garota a superar a situação trágica.

Todo o livro é narrado através de cartas, e esse é só um dos detalhes que fazem da obra algo lindo de se acompanhar. Mas Laurel não escreve para May, ela escreve sobre May. Uma extensão de si. Laurel não escreve para a irmã, que morreu em circunstâncias que são um mistério para o leitor até metade do livro. Laurel escreve para os ídolos que a inspiram, que morreram jovens e em circunstâncias variadas. Que fizeram parte de sua infância com May. Ela escreve para Kurt Cobain, do Nirvana, para Judy Garland, atriz de filmes musicais de Hollywood (lembram de O Mágico de Oz?), a poetisa Elizabeth Bishop, a rainha do rock 'n' roll Janis Joplin, a cantora soul Amy Winehouse, entre outros saudosos artistas.


É estupidamente bonito como a autora nos apresenta o relacionamento de Laurel e May através dessas cartas. É tocante acompanhar a forma como elas se entendiam, se protegiam e se amavam. Elas dividiam uma vida secreta, mágica. As cartas não são endereçadas a todos esses ícones apenas por eles estarem mortos, os questionamentos e dúvidas de Laurel à respeito da vida se relacionam intimamente com o histórico de cada um. A autora faz uma ligação. Uma ligação que conversa com o leitor. Ao mesmo tempo em que conhecemos detalhes sobre como foram as trajetórias de erros e acertos de Amy, Kurt e Janis, vivemos com Laurel seu passado e presente. Ava Dellaira faz especulações, reflexões, levanta dúvidas e interpreta situações e sentimentos. É tudo tão bem construído que as vezes, ao terminar o capítulo e Laurel se despedir, eu me via surpreso ao me dar conta de que tudo aquilo era uma carta. Uma carta tão cheia de dores, dúvidas e esperança que eu não entendia muito bem como era possível caber ali, no papel.

Os personagens da trama são outro ponto forte. Como Laurel se mudou de escola para evitar a piedade das pessoas, ela fez questão de não contar a ninguém sobre May. Sobre o passado e a noite em que ela morreu. Os novos amigos de Laurel não a conhecem por completo, pra ser sincero vamos perceber que ninguém se conhece de verdade.
Natalie e Hannah são melhores amigas que se amam. Elas rendem tantas emoções e momentos de tensão que as considero tão protagonistas quanto Laurel. A descoberta sexual das duas é linda. Aliás muito mais que sexual, elas se descobrem juntas, quem realmente são quando estão juntas. E como não poderia faltar um romance para guiar Laurel e a estória, temos o inacessível e discreto Sky. Não vão faltar momentos estranhos e segredos obscuros. Quem disse que os problemas adolescentes são bobos? Juntos eles vão sentir o mundo. Abraçá-lo. E vão se sentir bem com isso. Ou não. Talvez demore e não seja fácil. Nunca é.

A família de Laurel está despedaçada - e não estou falando apenas no sentido emocional -, no sentido físico-geográfico também. A mãe de nossa protagonista saiu de casa afirmando precisar de um espaço. De um tempo só para ela. Longe da mãe, Laurel divide seu tempo entre a casa do pai e da tia. A culpa e a raiva andam de mãos dadas, é de longe um dos aspectos mais densos do livro. Não há distância que amenize a dor do abandono.

Não existe perfeição, essa é de forma gritante uma das mensagens mais fortes do livro. Até o mais lindo, talentoso e promissor astro do rock pode desabar a qualquer momento. Muitos deles desabaram. Se apagaram e foram brilhar em outros céus. Será que não foram fortes o bastante? Ou pelo contrário, foram fortes demais? De quanta força precisamos? Se mede? Se julga? A beleza repousa no fato de ter existido. De existir. Estar aqui e atribuir valor. Desistir e persistir. Cartas de Amor aos Mortos é o tipo de livro para ser relido incontáveis vezes.
"As histórias mudam conforme crescemos. Às vezes elas fazem mais sentido. Eu queria escrever uma nova história, em que Hannah fica só com Natalie, May volta pra casa e eu nunca tento ser como ela, mas fiz tudo errado." Trecho da página 223.
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